DNDi vai ao México e destina prêmio à doença de Chagas

DNDi América Latina destina o Prêmio Carlos Slim em Saúde 2013 para a Doença de Chagas

[Rio de Janeiro, Brasil; Cidade do México, México – 10 de abril de 2013]

Esta tragédia silenciosa precisa de uma resposta e um plano de ação imediato e coordenado

A iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi) América Latina anunciou hoje que irá oferecer os 100 mil dólares do Prêmio Carlos Slim em Saúde 2013 à doença de Chagas, a doença parasitária que mais mata no continente americano.

“Estamos honrados em receber este prêmio do Instituto Carlos Slim em Saúde, no México, e o dedicamos à Doença de Chagas – pois as Américas precisam urgentemente de uma imediata resposta e plano de ação coordenado para controlar esta tragédia silenciosa”, disse Eric Stobbaerts, diretor executivo da DNDi América Latina. “Estimamos que 99% das pessoas infectadas com Chagas ainda não são tratadas na região e isso precisa mudar”, acrescentou.

Na cerimônia que se realizará na Cidade do México no dia 11 de abril, o Instituto Carlos Slim em Saúde ofereceu seu prêmio anual para a DNDi em reconhecimento aos seus 10 anos de trabalho e realizações excepcionais em pesquisa e desenvolvimento (P&D) com a finalidade de proporcionar novos tratamentos para os pacientes negligenciados na região. O prêmio reconhece, especificamente, o desenvolvimento e fornecimento de dois novos tratamentos na América Latina: para a doença de Chagas e para a malária.

A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) estima que, mundialmente, 100 milhões de pessoas estão em risco de contrair a doença de Chagas, cerca de 8 milhões já estão infectadas e 55 mil novos casos são registrados a cada ano. O principal desafio relacionado à enfermidade é que a maioria destes casos não é diagnosticada ou tratada.

Para combater essa tragédia silenciosa, a DNDi desenvolveu uma formulação pediátrica de 12,5 mg de benzonidazol, a principal droga usada para tratar a doença de Chagas, facilitando o tratamento de crianças de até dois anos. A organização também estabeleceu um sólido portfólio de pesquisa de novas drogas contra Chagas com o objetivo de melhorar o tratamento de paciente que estão na fase crônica precoce da doença para, assim, prevenir o desenvolvimento dos danos cardíacos e gastrointestinais.

O prêmio para a malária é devido ao ASMQ, uma combinação de dose fixa de artesunato e mefloquina desenvolvido em parceria com Farmanguinhos, no Brasil. Lançado em 2008, o ASMQ é o primeiro novo tratamento contra a malária desenvolvido na América Latina e já está disponível para uso em todo o mundo.
“Para obter a melhor da ciência para os mais negligenciados é primordial reunir os mais diversos parceiros, dos setores público e privado, com o objetivo de preencher as lacunas existentes em pesquisa laboratorial, ensaios clínicos e desenvolvimento de medicamentos. Os parceiros da América Latina possuem a capacidade de trabalhar em todos esses níveis e têm a vantagem de estar na região onde essas doenças são endêmicas”, disse o Dr. Bernard Pecoul, Diretor Executivo da DNDi.

 

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Para mais informações, fotos e entrevistas: www.dndi.org.br – Betina Moura: bmoura@dndi.org / celular: 21 8122 2798

Sobre a Doença de Chagas
A doença de Chagas (tripanossomíase americana) endêmica em 21 países, infecta um número estimado de 8 a 10 milhões de pessoas, a maioria na América Latina. A doença mata cerca de 12.000 pessoas a cada ano, tornando-se a enfermidade parasitária que mais mata no continente americano. Estima-se que carga global econômica chegue a US $ 7,2 bilhões dólares por ano. As pessoas mais afetadas pela doença são as mais pobres e que vivem em condições inadequadas de moradia e muitas vezes com pouco acesso a cuidados de saúde. O número de casos também está crescendo na América do Norte, Europa, Japão e Austrália. Causada pelo parasita Trypanosoma cruzi, a doença de Chagas começa com uma fase aguda com duração de aproximadamente dois meses e quase sempre assintomática, seguida por uma fase crônica, que perdura toda a vida, na qual até 30% dos pacientes desenvolvem lesões cardíacas e até 10% podem ter danos graves no sistema digestivo.

No início da idade adulta, os pacientes com estes sintomas eventualmente morrem, geralmente de danos ao coração. O parasita de Chagas é transmitido principalmente através da picada do inseto sanguessuga triatome, conhecido no Brasil como barbeiro, frequentemente encontrado em moradias construídas de forma precária, feitas de pau-a-pique (barro). A doença de Chagas também é transmitida por transfusão de sangue, transplante de órgãos, ingestão de alimentos contaminados e durante a gestação da mãe para o recém-nascido. A doença de Chagas congênita vem sendo considerada o modo mais importante de transmissão, com a redução da transmissão vetorial após as políticas de prevenção, e estima-se que por ano, nasçam mais de 14.000 bebês infectados pelo T.cruzi.

DNDi
A iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi) é uma organização de pesquisa e desenvolvimento sem fins lucrativos que trabalha para oferecer novos tratamentos para doenças negligenciadas, em especial a doença do sono (tripanossomíase humana Africana), doença de Chagas, leishmaniose, infecções filariais, malária e HIV pediátrico. A DNDi foi criada em 2003 por Médecins Sans Frontières/Médicos Sem Fronteiras (MSF), Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) do Brasil, Conselho Indiano de Pesquisa Médica (ICMR), Instituto de Pesquisa Médica do Quênia (KEMRI), Ministério da Saúde da Malásia, e Instituto Pasteur da França. O Programa Especial da OMS para Pesquisa de Doenças Tropicais (WHO / TDR) trabalha como um observador permanente.

A DNDi na América Latina é baseada no Rio de Janeiro, e é um dos sete escritórios regionais da organização no mundo. Formando alianças-chave com o setor público e privado e estabelecendo plataformas, gerencia projetos para a doença de Chagas, leishmaniose e malária e lidera atividades de comunicação e conscientização em prol de pacientes negligenciados por toda América Latina. Entre os parceiros da DNDi no Brasil, Bolívia, Colômbia, Argentina e México estão a Fundação Oswaldo Cruz / Fiocruz, a maior instituição de pesquisa biomédica da América Latina e um dos sócios fundadores da DNDi; e LAFEPE, Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco, do Brasil.

Desde sua criação, em 2003, a DNDi entregou seis novos tratamentos para pacientes negligenciados: dois antimaláricos em dose fixa (ASAQ e ASMQ), a terapia combinada nifurtimox-eflornitina (NECT) para a fase final da doença do sono, terapia combinada estibogluconato de sódio e paromomicina (SSG & PM) para leishmaniose visceral na África, um conjunto de terapias de combinação para a leishmaniose visceral na Ásia, e uma nova apresentação pediátrica do benznidazol para a doença de Chagas.

A DNDi tem ajudado a estabelecer três plataformas de pesquisa clínica: Plataforma de Leishmaniose na África Oriental (LEAP), no Quênia, Etiópia, Sudão e Uganda; Plataforma HAT com base na República Democrática do Congo para a doença do sono, e Plataforma de Pesquisa Clínica em Doença de Chagas na América Latina. Redes regionais fortes como essas ajudam a fortalecer a investigação e as capacidades de implementação de tratamento de nos países endêmicos. www.dndi.org.br / www.dndi.org

Instituto Carlos Slim de Saúde: Anualmente o Instituto Carlos Slim de Saúde confere dois prêmios, em duas categorias: Trajetória em Pesquisa e Instituição Excepcional. Entre as 75 indicações vindas de 15 países da América Latina e do Caribe, a DNDi América Latina foi selecionada para receber o prêmio de Instituição Excepcional de 2013. www.salud.carlosslim.org

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Até o momento, desenvolvemos nove tratamentos para doenças negligenciadas, salvando milhões de vidas. Temos o objetivo de disponibilizar 25 novos tratamentos em nossos primeiros 25 anos. Você pode nos ajudar!

Organização internacional, sem fins lucrativos, que desenvolve tratamentos seguros, eficazes e acessíveis para os pacientes mais negligenciados.

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