Saúde para América Latina: OPAS renova colaboração com DNDi

Parceria foi anunciada durante reunião do Comitê Executivo da organização multilateral

A DNDi e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) renovaram acordo de cooperação técnica para impulsionar ações de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), inovação e acesso a medicamentos, tratamento e diagnóstico para doença de Chagas, leishmanioses e hepatite C. A colaboração, para o período de 2021-2023, foi anunciada durante a 168ª sessão do Comitê Executivo da OPAS, composto por nove Estados Membros (Barbados, Brasil, Cuba, Costa Rica, Equador, México, Haiti, Suriname e Estados Unidos), realizada entre os dias 21 e 25 de junho.

Representante da DNDi na reunião, o assessor de Advocacy para América Latina, Francisco Viegas, explica que a renovação da colaboração vai fomentar políticas de inovação e iniciativas de acesso a medicamentos voltadas para pacientes negligenciados. “Essa agenda deve abordar as doenças existentes que afetam desproporcionalmente a América Latina, além de promover ferramentas de saúde projetadas para lugares e pessoas que mais precisam”, destaca.

Dentre as atividades acordadas no Plano de Trabalho, a DNDi vai apoiar as iniciativas da OPAS para aumentar o acesso ao diagnóstico e ao tratamento de casos de leishmaniose cutânea, colaborando na avaliação de intervenções locais (termoterapia e antimoniato de meglumina intralesional) para o tratamento da doença na América Central e no México, bem como contribuir para a geração de evidências sobre o tratamento da leishmaniose cutânea em crianças com menos de 10 anos e adultos acima de 60 anos, e em pacientes com coinfecção HIV-LV. Além disso, a DNDi vai direcionar esforços para reduzir em 50% a taxa de letalidade da Leishmaniose Visceral na Região, colaborando no planejamento de um estudo para avaliar a implementação de anfotericina B lipossomal como tratamento da LV no Brasil. A DNDi vai ainda apoiar a análise da demanda global de medicamentos e validação de uma ferramenta de precisão para apoiar a produção e oferta global. “A renovação da colaboração representa uma nova oportunidade de sensibilizar ainda mais os tomadores de decisão dos países andinos e aprimorar a agenda de cooperação regional no âmbito das doenças negligenciadas”, pontua Viegas.

Em relação à doença de Chagas, a DNDi se comprometeu a revisar e propor intervenções inovadoras, sustentáveis e de qualidade para o atendimento de pessoas acometidas pela doença, contribuindo para aumento do diagnóstico e do tratamento nos atenção primária de saúde, seguindo as diretrizes da OPAS. Entre as ações do Plano está previsto ainda catalisar a articulação dos programas para doença de Chagas com programas para HIV, infecções sexualmente transmissíveis e hepatite viral no contexto da saúde materna, de acordo com o documento técnico para a EMTCT Plus; revisar e propor, seguindo as diretrizes da OPAS para diagnóstico e tratamento da doença de Chagas, estratégias apropriadas de teste e tratamento de mulheres em idade fértil em situações epidemiológicas específicas e simplificar o diagnóstico de Chagas congênita e desenvolver uma análise de custo/benefício da testagem universal de mulheres grávidas em países endêmicos. Para Viegas, esta é mais uma oportunidade para a DNDi e os demais envolvidos no combate à doença de Chagas conscientizarem governos e tomadores de decisão sobre a necessidade de se obter tratamentos mais curtos, com menos efeitos colaterais e que privilegiem a qualidade de vida do paciente.

No que tange aos sistemas de saúde, serviços, medicamentos e tecnologias de saúde, a DNDi se comprometeu a promover modelos alternativos de P&D que abordem as necessidades de saúde e desvincule os custos de P&D dos preços das ferramentas de saúde, além de viabilizar discussões e ações de política para melhorar a transparência do preço dos medicamentos, inclusive mediante informação sobre o custo total da produção e P&D e sobre as tendências, bem como divulgação do preço e um melhor entendimento da estrutura de custos e preço. Além disso, a DNDi vai incentivar estratégias e políticas para melhorar a eficiência na fixação de preços e abordar as barreiras ao acesso, inclusive abordagens de aquisição conjunta para doenças tropicais negligenciadas e uso de flexibilidades do Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio (TRIPS). E por fim, vai desenvolver uma avaliação conjunta das barreiras ao acesso a medicamentos e diagnóstico para doenças tropicais negligenciadas em países-chave, particularmente para a doença de Chagas. Viegas reforça a importância de os Estados membros adotarem e implementarem políticas que promovam iniciativas de atenção primária à saúde com foco na integração das Doenças Tropicais Negligenciadas.

Para hepatite C, o Plano de Trabalho prevê apoiar ações para facilitar o acesso a diagnóstico e tratamentos acessíveis para o vírus da hepatite C, inclusive mediante análise de casos de investimento, promover ações para identificar e abordar barreiras ao acesso a tratamentos e diagnóstico da doença, além de apoiar ações realizadas pela OPAS e seus Estados Membros para desenvolver modelos simplificados de atendimento de pacientes com hepatite C. “Tivemos muitos avanços em relação a hepatite C, mas ainda há muito a ser superado. Precisamos detectar o maior número possível de pessoas com a doença para tratar e curar, o que vai contribuir para a diminuição de casos”, conclui Viegas.

 

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