Natal, Brasil, 04/09 – A Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi) participou ativamente da quarta reunião do Grupo de Trabalho de Saúde do G20, realizada em Natal, Rio Grande do Norte. Durante o evento, a DNDi reforçou seu apoio à criação neste ano de uma Aliança para Produção Local e Regional, Inovação e Acesso Equitativo.
O objetivo desta iniciativa é impulsionar a inovação científica e promover a produção local e regional de tratamentos para garantir o acesso equitativo a tecnologias de saúde essenciais para comunidades vulneráveis afetadas por doenças negligenciadas e socialmente determinadas. Para isso, os países do G20 estão numa posição única para coordenar de forma colaborativa recursos científicos e financeiros necessários para tornar esta Aliança um sucesso.
A DNDi destacou a importância de direcionar recursos públicos e atenção para prioridades de saúde que afetam desproporcionalmente pessoas pobres e marginalizadas em países de baixa e média renda. A Aliança proposta pode fortalecer os esforços para combater doenças tropicais negligenciadas, especialmente aquelas sensíveis às mudanças climáticas, como a dengue, e simultaneamente construir redes que podem ser aproveitadas em futuras emergências de saúde e pandemias.
Além disso, a DNDi incentiva o lançamento de projetos piloto, como primeiro passo, para que se comece a construir confiança e credibilidade entre os parceiros. A organização propôs ainda que sejam entregues resultados tangíveis em um curto período e que se aproveite sinergias com iniciativas existentes, especialmente colaborações sul-sul. A DNDi também defende que os princípios de compartilhamento de conhecimento e acesso equitativo sejam centrais nesses projetos.
“A ideia é de que esses projetos pilotos sejam lançados simultaneamente e de forma conjunta com um exercício de mapeamento mais amplo focado em necessidades médicas não atendidas, contemplando redes e parcerias relevantes que já existem e que podem ser ampliadas, e que certamente será uma ferramenta fundamental que guiar uma aliança sustentável a longo prazo”, disse Sérgio Sosa-Estani, diretor da DNDi para América Latina. A sugestão é que os projetos piloto sejam lançados como um passo crítico inicial na implementação da Aliança, em paralelo com o mapeamento global.
Foto: Walterson Rosa/MS