13 de novembro de 2025 

Nós, as organizações signatárias, atuantes nas áreas de pesquisa em doenças infecciosas, inovação em saúde e acesso equitativo a tecnologias essenciais, damos as boas-vindas ao Plano de Ação em Saúde de Belém (BHAP, da sigla em inglês) e à inclusão de medidas específicas para fortalecer a resposta às doenças infecciosas. Agradecemos ao governo brasileiro por sua liderança e por impulsionar, de forma decisiva, a adaptação e a resiliência do setor saúde diante da crise climática. Reconhecemos a visão estratégica do Plano e reforçamos nosso compromisso com seus objetivos.

Como instituições comprometidas com a melhoria da saúde global e o desenvolvimento de ferramentas de saúde acessíveis, adequadas ao contexto e preparadas para condições climáticas extremas, sabemos que as mudanças climáticas já configuram não só uma crise ambiental, mas uma emergência de saúde pública, sobrecarregando os sistemas de saúde. Seus efeitos sobre a transmissão de doenças e sobre populações vulneráveis exigem respostas urgentes, coordenadas e baseadas na equidade. Também agradecemos ao governo brasileiro por considerar as contribuições técnicas que submetemos em agosto de 2025.

O BHAP oferece uma estrutura sólida para orientar essa agenda, organizada em três eixos principais:

• Vigilância e monitoramento;
• Políticas e estratégias baseadas em evidências e fortalecimento de capacidades;
• Inovação, produção e saúde digital.

Valorizamos especialmente o foco na promoção de pesquisa inter e transdisciplinar, no desenvolvimento de novas tecnologias e no fortalecimento de ações de promoção da saúde, prevenção, detecção precoce, diagnóstico e tratamento de doenças sensíveis ao clima. Investir no desenvolvimento de ferramentas adequadas para prevenir e responder a essas doenças é fundamental para salvar vidas, proteger populações vulneráveis e construir sistemas de saúde mais preparados e resilientes.

Também apoiamos firmemente os princípios transversais do BHAP, que buscam:

• O fortalecimento da equidade em saúde e do conceito de “Justiça Climática”, garantindo que ações de adaptação enfrentem desigualdades históricas;
• A liderança e governança em clima e saúde com participação social, com participação social significativa, transparência e responsabilização.

Nossa experiência coletiva no desenvolvimento e na disponibilização de soluções inovadoras para dengue, malária, chikungunya, leishmaniose e outras doenças sensíveis ao clima nos permite contribuir de maneira concreta para a implementação do BHAP. Colocamo-nos à disposição para apoiar governos nacionais com assistência técnica e estratégica, e esperamos fortalecer ainda mais essa colaboração.

Parabenizamos o Governo do Brasil, a OMS e todas as instituições envolvidas pela liderança na construção de um plano abrangente e inclusivo. Encorajamos os países a endossar e implementar o BHAP de forma equitativa. Acreditamos na construção conjunta de sistemas de saúde resilientes ao clima — onde inovação e equidade caminham lado a lado.

Signatários:

• Coalition for Epidemic Preparedness Innovations (CEPI)
• Drugs for Neglected Diseases initiative (DNDi)
• Medicines for Malaria Venture (MMV)
• Unitaid