Queridos leitores e leitoras,

O relatório de atividades da DNDi América Latina de 2024 reflete um ano marcado por avanços importantes nos campos de desenvolvimento de tratamentos, acesso e apoio a políticas públicas na região. Iniciamos novos estudos, expandimos nosso portfólio, fortalecemos parcerias estratégicas e contribuímos ativamente para debates globais sobre inovação e acesso equitativo.

Entre os destaques, os avanços em leishmaniose: iniciamos um estudo de fase II para avaliar a eficácia e a segurança do tratamento oral de uma nova entidade química, o LXE408, desenvolvido em colaboração com a Novartis, comparado ao medicamento oral miltefosina para a forma cutânea da doença. Se bem-sucedido, será mais uma opção de tratamento para a leishmaniose cutânea.

Já em doença de Chagas, continuamos buscando melhorar os tratamentos existentes, desenvolvendo uma opção mais segura e de menor duração do que as atuais. Além disso, em parceria com ministérios da Saúde e outras instituições locais, temos trabalhado para alcançar cada vez mais pessoas que vivem com Chagas em áreas remotas da América Latina por meio da simplificação do diagnóstico e do tratamento.

A força das nossas parcerias foi crucial para esses progressos. Mantivemos alianças com grandes parceiros da indústria farmacêutica e formamos novas parcerias para a descoberta e o desenvolvimento de medicamentos utilizando tecnologias emergentes, como a inteligência artificial. Renovamos acordos com a Organização Panamericana de Saúde (OPAS) e com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, fortalecendo laços institucionais que contribuem para a sustentabilidade do ecossistema de inovação em saúde na América Latina.

Esse esforço coletivo também marcou a construção da Coalizão do G20 sobre Produção Local e Regional, Inovação e Acesso Equitativo, anunciada durante a Reunião dos Ministros da Saúde do G20 no Rio de Janeiro. Iniciativas como a Aliança Dengue, da qual a DNDi faz parte, foram mencionadas nesse contexto como um exemplo de modelo colaborativo.

Em 2024, também conduzimos uma revisão da nossa Teoria da Mudança — uma ferramenta estratégica que nos ajuda a planejar, agir e avaliar nossos resultados à luz de contextos globais. Esse processo nos levou a reafirmar três pilares essenciais da nossa missão: entregar novos tratamentos adaptados às necessidades dos pacientes e sistemas de saúde, compartilhar conhecimento e expertise e apoiar políticas públicas que assegurem acesso a tratamentos e a um ecossistema inclusivo e equitativo de P&D.

Nas próximas páginas, você verá essa teoria da mudança colocada em prática, fortalecida por alianças sólidas e pela busca constante por soluções de saúde que sejam melhores, seguras e acessíveis para as pessoas que mais precisam.

Obrigado por nos acompanhar. E boa leitura!

Sergio Sosa-Estani, Diretor da DNDi América Latina