DNDi completa um ano iniciando estudos clínicos com pacientes de malária

[Rio de Janeiro, 2 de junho de 2004]
Duas novas combinações de medicamentos deverão estar disponíveis para os pacientes de malária a partir do ano de 2006. Outros projetos para doença do sono, leishmaniose e doença de Chagas estão em fase de desenvolvimento.

Milhares de pessoas nos países em desenvolvimento ainda morrem de doenças negligenciadas pela indústria farmacêutica de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos. Após um ano do seu lançamento, a Iniciativa para Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi, sigla em inglês) está iniciando testes clínicos para duas combinações de doses fixas de medicamentos contra a malária, e possui ainda sete projetos em fase de desenvolvimento para a doença do sono, leishmaniose visceral e doença de Chagas. Apenas na América Latina, há entre 16 e 18 milhões de pessoas infectadas com doença de Chagas. A leishmaniose afeta cerca de 12 milhões de pessoas ao redor do mundo, e perto de 500 mil africanos estão infectados com a doença do sono.

“As pessoas que sofrem de doenças tropicais ainda estão tomando medicamentos que são altamente tóxicos ou ineficazes devido à resistência dos parasitas”, diz Dr Bernard Pécoul, Diretor Executivo do DNDi. “Temos ido ao encontro das necessidades dos pacientes com oportunidades de pesquisa e desenvolvimento, e estamos agora trabalhando para que os possíveis medicamentos entrem no processo de desenvolvimento até chegarem aos pacientes”.

Para garantir um portfolio de projetos em fase de desenvolvimento, DNDi mistura projetos de curto e longo prazos. Em curto prazo, DNDi está desenvolvendo combinações de doses fixas (dois medicamentos num único comprimido) para o tratamento da malária: artesunato/amodiaquina para uso em países africanos e artesunato/mefloquina para uso em países asiáticos e latino-americanos. A segunda combinação conta com a participação ativa de Far-manguinhos/Fiocruz, no Brasil, onde o comprimido foi formulado. A Fiocruz é o parceiro-fundador da DNDi para América Latina.

“Muitos remédios contra a malaria se tornaram ineficazes por causa da resistência”, explica Dr Jean-René Kiechel, Gerente do projeto da DNDi para a Combinação de Dose Fixa do Artesunato. “A maioria dos países já está começando a usar esta terapia de combinação que utiliza o artesunato. O desafio é oferecer esta terapia em combinação de doses fixas que sejam mais simples de se usar do que a utilização dos medicamentos de forma separada: isso ajuda a garantir que os pacientes sigam o tratamento de forma adequada, evitando assim uma possível resistência”.

O início dos testes clínicos realizados pela DNDi para duas novas combinações de medicamentos em adultos e crianças acontecerá este mês em Burkina Faso e Tailândia. As duas combinações de medicamentos serão registradas no final do próximo ano e estarão disponíveis para os pacientes em 2006.

DNDi também está tentando registrar o medicamento paromomicina para uso contra leishmaniose visceral na África, e estudando a eficácia de combinar os medicamentos existentes para tratar a doença do sono. Em longo prazo, DNDi está realizando um trabalho de pesquisa básica para identificar componentes que possam bloquear as enzimas consideradas essenciais para o metabolismo dos parasitas e transformá-los em medicamentos.

A força da DNDi está no seu modelo de trabalho baseado na colaboração: usar a pesquisa e a capacidade de desenvolvimento de medicamentos existentes em diferentes partes do mundo e, uni-las para desenvolver cada projeto.

“É conciliando nossos recursos e nosso conhecimento que poderemos identificar projetos promissores para que eles possam ser desenvolvidos de forma rápida e barata”, explica Bernard Pécoul. “Estamos trabalhando no sentido de oferecer aos pacientes, tratamentos que eles necessitam urgentemente, além de promover a colaboração e a transferência de tecnologia entre institutos de pesquisa e indústrias farmacêuticas ao redor do mundo. Por ultimo, esperamos que isto seja traduzido, no futuro, em mais e melhores tratamentos para os pacientes”. DNDi tem uma representação para América Latina no Rio de Janeiro.

Fonte: DNDi

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