Grandes Líderes Europeus Precisam Promover a Pesquisa Prioritária em Doenças Negligenciadas

[Rio de Janeiro, 9 de fevereiro de 2006]

Em uma audiência pública realizada hoje (09/02/2006) no Parlamento Europeu, em Bruxelas, os governos da União Européia (EU) receberam uma chamada para assegurar que fundos públicos em pesquisa sejam principalmente investidos nas prioridades e necessidades públicas, incluindo necessidades específicas de saúde das populações de países em desenvolvimento.
Afetando centenas de milhões de pessoas, doenças infecciosas como HIV/Aids, malária, tuberculose, e doenças extremamente negligenciadas, tais como leishmaniose, doença de Chagas, e doença do sono (ou tripanossomíase africana) matam 35 mil pessoas todos os dias. Ainda que o conhecimento científico básico sobre essas doenças tenha progredido bastante nos últimos anos, a transformação deste conhecimento em medicamentos seguros, eficazes, de custo acessível e fáceis de usar, que atendam às necessidades de milhões de pacientes, é muito pequena.

Em janeiro deste ano, o Comitê Executivo da Organização Mundial de Saúde (OMS) deu o primeiro passo em direção a estas grandes necessidades de saúde enviando à Assembléia Mundial de Saúde (AMS) uma resolução proposta pelo Quênia e pelo Brasil que clama à OMS para que crie um novo marco global em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Esta proposta, que recebeu suporte de um grupo multipartidário de Membros do Parlamento Europeu, será considerada para adoção na Assembléia Mundial de Saúde, em maio.

“Nós saudamos o apoio do Parlamento Europeu para a definição de um papel mais amplo da OMS no estabelecimento de prioridades de pesquisa e desenvolvimento (P&D),” disse o Dr. Tido von Schoen-Angerer, Diretor de P&D da Campanha de Acesso a Medicamentos Essenciais, de Médicos Sem Fronteiras.

“Dois temas principais devem receber maior atenção por parte de todos os governos: a questão da priorização de P&D de medicamentos baseada em necessidades de saúde assim como a questão do financiamento suficiente e sustentável para esta pesquisa”, comentou a Dra. Els Toreele, de DNDi. “Os governos europeus precisam prover maior suporte para que alguma mudança concreta ocorra.”

Nesta audiência, um grupo de cientistas e profissionais médicos conclamou os governos europeus a demonstrarem maior liderança política através do Sétimo Programa Diretor para a Pesquisa Européia (FP7) para assegurar um aumento sustentável do financiamento mundial para a pesquisa em saúde e para acelerar a transformação do progresso científico em tratamentos eficazes para os pacientes negligenciados em situação de maior necessidade.

“A liderança pública é fundamental para definir as necessidades e estabelecer as prioridades para P&D de doenças negligenciadas”, disse Dr. Bernard Pécoul, Diretor Executivo da DNDi. “FP7 deve incluir as doenças mais negligenciadas entre as suas prioridades, e alguns dos mecanismos europeus existentes, como a Parceria para Ensaios Clínicos entre Países em Desenvolvimento e Europeus (EDCTP, na sigla em inglês) devem ampliar seus mandatos para incluir a pesquisa contra as doenças mais negligenciadas e facilitar a transferência de tecnologia para países afetados por estas doenças endêmicas. Uma colaboração Norte-Sul e Sul-Sul mais forte ajudará a reduzir a alta carga de doença dos países pobres em longo prazo.”

Com sede em Genebra (Suíça), DNDi é a sigla em inglês para Iniciativa de Medicamentos para Doenças Negligenciadas (Drugs for Neglected Diseases initiative), uma iniciativa sem fins lucrativos cujo objetivo é criar e estimular esforços para a Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de novos e melhores medicamentos para as doenças negligenciadas, como a doença de Chagas, a leishmaniose, a doença do sono e a malária. Os parceiros de DNDi são MSF, Instituto Pasteur, e instituições de pesquisa do setor público do Brasil, Quênia, Malásia e Índia; junto com o Grupo de Pesquisa de Doenças Tropicais da Organização Mundial de Saúde (OMS/TDR), atuando como um observador permanente. Com um portfólio atual de 20 projetos em diferentes estágios de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos, DNDi também trabalha para aumentar a consciência sobre a necessidade de mais P&D voltada para doenças negligenciadas e para reforçar a capacidade de pesquisa existente nos países afetados por estas doenças endêmicas.

 

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Para maiores informações, acesse: www.dndi.org.br

Para saber mais sobre a audiência pública, acesse: www.epha.org/a/2114

Fonte: DNDi

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