Prêmio de maior prestígio da Espanha dá visibilidade imprescindível a milhões de pessoas negligenciadas por responsáveis por políticas públicas e pela pesquisa farmacêutica com fins comerciais

OVIEDO/GENEBRA – 11 de outubro de 2023 – A iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi, na sigla em inglês), organização internacional de pesquisa médica sem fins lucrativos, receberá o Prêmio Princesa de Astúrias de Cooperação Internacional 2023 em um evento presidido pelo rei e pela rainha da Espanha na próxima sexta-feira, 20 de outubro, em Oviedo, na Espanha. O prêmio, distribuído pela Fundação Princesa de Astúrias e considerado o de maior prestígio no país europeu, reconhece as conquistas da DNDi para disponibilizar tratamentos novos, seguros, eficazes e acessíveis para algumas das doenças mais negligenciadas do mundo. A cerimônia de premiação também contará com a presença da Princesa de Astúrias, Leonor, e da Infanta Sofia.

Entre os vencedores anteriores do prêmio na categoria Cooperação Internacional estão a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Fundação Bill e Melinda Gates, a Cruz Vermelha Internacional, a Amref Health Africa e a GAVI – Aliança para Vacinas.

“Mais de um bilhão de pessoas em situação de vulnerabilidade – a metade delas crianças – sofre de um conjunto de doenças que causam graves estigmas sociais e milhões de mortes por ano. São doenças negligenciadas pela pesquisa científica, pela indústria e pelo desenvolvimento de medicamentos com fins comerciais”, escreveu um jurado para justificar o voto na DNDi.

“Ao longo de seus 20 anos de história, a DNDi desenvolveu vários tratamentos para essas doenças graves. A estratégia da organização inclui um plano ambicioso de desenvolvimento de novos medicamentos e tratamentos para melhorar a saúde e salvar milhões de vidas no mundo todo.”

Outros ganhadores do Prêmio Princesa de Astúrias 2023 são Meryl Streep (Artes); Nuccio Ordine (Comunicação e Humanidades); Hélène Carrère d’Encausse (Ciências Sociais); Eliud Kipchoge (Esportes); Haruki Murakami (Literatura); Jeffrey Gordon, E. Peter Greenberg e Bonnie L. Bassler (Pesquisa Técnica e Científica); e Mary’s Meals (Concórdia).

“Estamos profundamente gratos pelo prêmio, que é uma oportunidade fantástica para darmos visibilidade aos milhões de pessoas que são negligenciadas pelas políticas públicas e pela pesquisa farmacêutica com fins comerciais”, declarou o diretor executivo da DNDi, Dr. Luis Pizarro.

A DNDi foi criada há 20 anos, quando Médicos Sem Fronteiras utilizou parte do dinheiro que recebeu pelo Prêmio Nobel da Paz como capital inicial para fundar a DNDi, em parceria com o Conselho Indiano de Pesquisa Médica, a Fundação Oswaldo Cruz, o Instituto de Pesquisa Médica do Quênia, o Ministério da Saúde da Malásia e o Instituto Pasteur da França, contando ainda com a participação da OMS.

“Nos últimos 20 anos, disponibilizamos 12 novos tratamentos graças a estreitas colaborações com universidades, parceiros industriais, autoridades nacionais e institutos de pesquisa nos países mais afetados por essas doenças. No momento, por exemplo, estamos trabalhando no desenvolvimento de novos medicamentos orais para combater a doença do sono, o que pode abrir caminho para a eliminação dessa doença letal”, afirmou Dr. Pizarro.

“Continuaremos trabalhando juntos para oferecer a melhor ciência aos mais negligenciados e agradecemos todo o apoio recebido da Espanha, país que tem um papel fundamental no avanço das pesquisas médicas no campo das doenças negligenciadas. Em especial, agradecemos a seus cientistas, institutos de pesquisa e financiadores, uma vez que o país tem sido um aliado fundamental em nosso programa de pesquisa sobre doença de Chagas, uma doença negligenciada endêmica na América Latina que afeta seis milhões de pessoas em todo o mundo e para a qual os tratamentos existentes não são satisfatórios.”

Fotos e vídeos do trabalho da DNDi estarão disponíveis para os meios de comunicação que os solicitarem.

Sobre a DNDi

A DNDi é uma  organização de pesquisa e desenvolvimento sem fins lucrativos que trabalha para disponibilizar novos tratamentos para pacientes negligenciados que vivem com doença de Chagas, doença do sono  (tripanossomíase africana humana), leishmaniose, filarioses, micetoma, HIV pediátrico e hepatite C. Desde sua criação em 2003, a DNDi desenvolveu 12 novos tratamentos, entre eles novas combinações de medicamentos para a leishmaniose visceral (calazar), dois antimaláricos de dose fixa, um tratamento antirretroviral simples e adequado para crianças pequenas portadoras de HIV e o fexinidazol, a primeira entidade química desenvolvida com sucesso pela DNDi e aprovada em 2018 para os dois estágios da doença do sono. www.dndi.org

Contatos de imprensa

Em Madri: Terín Beca   tbeca@extern.dndi.org

Em Genebra: Frédéric Ojardias  +44 79 431 62 16  fojardias@dndi.org

No Rio (DNDi América Latina):  Marcela Dobarro  +55 21 9 81149429  mdobarro@dndi.org