Nísia Trindade, ministra da Saúde do Brasil, chama a atenção para impacto das mudanças climáticas na saúde durante evento de 20 anos da DNDi

Nísia Trindade, ministra da Saúde do Brasil, chama a atenção para impacto das mudanças climáticas na saúde durante evento de 20 anos da DNDi

A ministra da Saúde do Brasil, Nísia Trindade, destacou a “necessidade incontornável de fortalecer os sistemas nacionais de saúde” para que eles possam lidar com os desafios decorrentes das alterações ambientais. A observação foi feita durante a abertura do evento “20 anos da DNDi: Soluções sustentáveis para desenvolver a melhor ciência para populações ainda negligenciadas”, realizado pela iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi) em 28 de novembro de 2023, no Rio de Janeiro, para celebrar os 20 anos de fundação da organização.

“Há a consciência crescente do impacto das mudanças climáticas na saúde em várias dimensões. Uma delas é nas arboviroses”, afirmou a ministra em sua participação, via transmissão online, no simpósio. Segundo Nísia Trindade, um dos efeitos das mudanças climáticas é o aumento de casos de dengue — no Brasil, os números vêm apresentando crescimento expressivo, especialmente do ano passado para cá. A enfermidade transmitida pelo mosquito Aedes aegypti é uma das doenças que integra o portfólio da DNDi, criada em 2003 por Médicos Sem Fronteiras (MSF), Organização Mundial da Saúde (OMS), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e outras quatro instituições de pesquisa de França, Malásia, Índia e Quênia.

O evento “20 anos da DNDi: Soluções sustentáveis para desenvolver a melhor ciência para populações ainda negligenciadas” reuniu representantes dos governos de Brasil, Colômbia, Chile e Argentina, além de especialistas nacionais e internacionais e outros importantes atores em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos para doenças desconsideradas pelo sistema clássico de produção de fármacos. De acordo com a OMS, mais de 1,7 bilhão de pessoas no mundo vivem com doenças tropicais negligenciadas, como Chagas, leishmaniose e dengue, para as quais os tratamentos, quando disponíveis, apresentam muitos desafios, pois causam fortes efeitos colaterais, têm eficácia limitada e são longos. O encontro aconteceu na Fiocruz, em Manguinhos, zona norte do Rio, e foi coorganizado por Fiocruz e MSF.

Depois de destacar a importância dos avanços obtidos na área de doenças negligenciadas, em especial pela DNDi — que desenvolveu 12 novos tratamentos para seis enfermidades em seus 20 anos de existência —, a ministra frisou ser “imperativo” que o investimento em pesquisa e inovação seja direcionado para os sistemas de saúde. “A inovação não pode ser vista como um fato isolado. É a visão do Ministério da Saúde e a própria razão de ser da DNDi”, declarou.

“Formulações pediátricas são uma preocupação constante”

O diretor da DNDi América Latina, Dr. Sergio Sosa-Estani, detalhou o modelo inovador adotado pela organização para cobrir a lacuna deixada pela indústria farmacêutica, um trabalho que inclui o desenvolvimento de fármacos em parcerias com entes públicos e privados e a criação de estratégias para promover um acesso equitativo às terapias, estimulando as capacidades locais. E afirmou que as formulações pediátricas são uma preocupação constante da DNDi: “Cinco dos 12 tratamentos que entregamos foram para crianças, um dos grupos mais vulneráveis”. A meta é chegar a 2028 somando ao portfólio total mais 15 tratamentos.

Já o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, enfatizou que a instituição tem um olhar que comunga com a visão da DNDi e, por isso, há espaço para abrir outras frentes de colaboração entre ambas. Ele propôs que seja criada uma coordenação para todas as iniciativas existentes hoje no mundo voltadas para a mesma finalidade: reduzir a desigualdade na produção de medicamentos e no acesso a eles. “Podemos pensar em um fórum onde pudéssemos colocar todo mundo na mesma mesa e obter mais resultados”, disse.

O assessor de Cooperação e Relações Internacionais do Ministério da Saúde e Proteção Social da Colômbia, José Noriega Panssa, chamou a atenção para a necessidade de promover espaços de diálogo entre os países que permitam a identificação de boas práticas na América Latina na luta contra as doenças negligenciadas. Em participação no evento via transmissão online, ele ressaltou que a medida é importante para fortalecer capacidades e garantir o desenvolvimento sustentável na região em conformidade com as agendas regionais e globais de saúde.

A ministra da Saúde do Chile, Ximena Aguilera, lembrou que a doença de Chagas é a doença crônica mais prevalente em seu país. Ela ainda destacou os esforços chilenos que vêm sendo feitos na tentativa de recuperar a capacidade de produção nacional de medicamentos.

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