Colômbia se torna o primeiro país a recomendar testes rápidos para o diagnóstico da doença de Chagas

Colômbia se torna o primeiro país a recomendar testes rápidos para o diagnóstico da doença de Chagas

 Novas diretrizes técnicas, apresentadas pelo Instituto Nacional de Saúde da Colômbia são baseadas em pesquisas realizadas com apoio técnico da DNDi e permitirão o tratamento precoce da doença de Chagas em todo o país.

Bogotá, maio de 2025 – O Instituto Nacional de Saúde (INS) da Colômbia apresentou recomendações técnicas para o uso de Testes Rápidos de Diagnóstico (RDT na sigla em inglês) para detectar inflamação crônica causada pelo Trypanosoma cruzi, parasita causador da doença de Chagas.

As diretrizes – anunciadas no dia 21 de maio – são resultado de uma série de estudos conduzidos no país pelo INS com apoio técnico da iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas. Elas representam um marco para a ampliação do acesso ao diagnóstico e ao tratamento, especialmente em áreas remotas e populações vulneráveis.

Desde 2017, o diagnóstico sorológico da doença na Colômbia é realizado por meio de duas provas, chamadas ELISA, realizadas em laboratório. No entanto, a dificuldade de acesso a eses exames, especialmente em regiões remotas, tem limitado o alcance do diagnóstico oportuno.

O início precoce do tratamento antiparasitário — tanto na fase aguda quanto na fase crônica — é fundamental para evitar a progressão  da doença. A ampliação do acesso ao diagnóstico é, portanto, muito importante para reduzir os impactos provocados pela doença e eliminá-la como um problema de saúde pública.

Para enfrentar esse desafio, foram conduzidos três estudos que embasaram a nova diretriz técnica para garantir o uso dos testes rápidos:

  • Uma avaliação retrospectiva comparativa de 11 diferentes kits de testes rápidos para a doença de Chagas no país, em condições de laboratório (leia o estudo aqui).
  • Um estudo prospectivo para avaliar a performance de quatro testes rápidos em mulheres grávidas no país, incluindo em populações indígenas.
  • Uma análise prospectiva para avaliar o comportamento dos testes rápidos quando aplicados na população geral, paralelamente.

As recomendações são direcionadas a todas as entidades, profissionais e trabalhadores da saúde que utilizarão os testes rápidos para a detecção da doença. Segundo a diretora geral do INS, Diana Pava, “desde 2017, a Colômbia avançou no diagnóstico da doença, mas ainda enfrenta desafios para garantir o diagnóstico oportuno, especialmente nas áreas rurais. Por isso a importância de implementar o algoritmo diagnóstico com testes rápidos para melhorar o acesso ao diagnóstico e ao tratamento da infecção crônica por Trypanosoma cruzi”.

Para Andrea Marchiol, coordenadora médica dos projetos de acesso em Chagas para a América Latina na DNDi, os testes rápidos podem transformar o acesso ao diagnóstico na Colômbia, garantindo que sejam implementados com qualidade e eficácia nas áreas mais afetadas: “Queremos que essa inovação não seja apenas uma recomendação, mas sim uma mudança real e sustentável no cuidado com a doença de Chagas na região”.

O sucesso da experiência colombiana também pode servir como modelo para outras nações. “O impacto desse processo colaborativo não deve se restringir à Colômbia. Este é um exemplo que pode ser adaptado por outros países com áreas endêmicas de Chagas”, conclui Andrea.

Sobre a doença de Chagas

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 7 milhões de pessoas estão infectadas pelo Trypanosoma cruzi no mundo, a maioria delas na América Latina. Muitos não sabem que estão infectados, já que a doença é muitas vezes assintomática por anos.

A transmissão pode ocorrer por meio do contato pela pele de materiais fecais dos insetos vetores (o barbeiro), ingestão de alimentos contaminados, transfusões, transplantes ou de mãe para filho durante a gravidez e o parto.

Se não for tratada a tempo, a infecção pode evoluir e causar complicações graves, incluindo alterações cardíacas em até um terço dos casos e/ou distúrbios digestivos ou neurológicos em aproximadamente 10% das pessoas afetadas.

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