A recomendação de primeira linha para o tratamento da leishmaniose visceral no Brasil inclui o antimoniato de meglumina, que tem sérias limitações para o gerenciamento dos pacientes devido à sua toxicidade, administração parenteral e necessidade de internação.
Um ensaio multicêntrico, randomizado, aberto e controlado teve início em 2011 em cinco centros de estudo no Brasil para comparar a eficácia e segurança de várias opções de tratamento às do tratamento convencional com antimoniato de meglumina. Os resultados mostraram que a anfotericina B liposomal é a mais adequada para o tratamento de primeira linha por causa da baixa toxicidade e da eficácia aceitável.
Com base nos resultados provisórios de segurança do ensaio, o Brasil revisou em 2013 as diretrizes nacionais para a leishmaniose visceral e incluiu o tratamento com anfotericina B liposomal para alguns pacientes.
Em junho de 2022, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) publicou novas diretrizes recomendando a anfotericina B lipossomal em vez de antimoniais pentavalentes.
Regimes de tratamento
Indicação: Leishmaniose visceral nas Américas
Dosagem: Anfotericina B lipossomal administrada por via intravenosa durante 7 dias
Impacto
Alterou a recomendação do tratamento de primeira linha para leishmaniose visceral nas diretrizes da OPAS, substituindo o tratamento à base de antimonial pela anfotericina B lipossômica, um tratamento mais curto e seguro. As diretrizes da OPAS podem ajudar os programas nacionais a fortalecer e expandir o diagnóstico e o tratamento para as pessoas afetadas por essa doença negligenciada.