DNDi Recebe US$ 2,34 Milhões para Leishmanioses

[Genebra, Suíça – 2 de outubro de 2015]

O projeto foi batizado de “Iniciativa Global de Acesso e P&D em Leishmanioses”.

A iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi) recebeu do novo fundo comum para Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), criado pelos Estados-Membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) e administrado pelo Programa Especial para Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais (TDR/OMS), uma verba de US$ 2,34 milhões para um projeto de P&D em grande escala voltado para as leishmanioses.

O projeto, batizado de “Iniciativa Global de Acesso e P&D em Leishmanioses”, é resultado da fusão de dois projetos de demonstração – “Iniciativa Global de Acesso e P&D em Leishmaniose Visceral”, da DNDi, e o projeto de “Desenvolvimento de Oligodeoxinucleotídeo CpG Classe D (D35) como Coadjuvante à Quimioterapia para Leishmaniose Cutânea e Leishmaniose Dérmica Pós-Calazar”, da Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos. Ambos foram selecionados em 2014 pelas regiões administrativas da OMS e por grupos de especialistas.

Em cumprimento à Resolução 66.22 da OMS, seus Estados-Membros constituíram comitês regionais e de especialistas responsáveis por realizar a seleção entre os projetos propostos, cujo objetivo é a demonstração de mecanismos inovadores para o financiamento e coordenação de atividades de P&D em saúde publica, dirigidas às carências médicas de países em desenvolvimento. Tendo também o intuito de ampliar o debate sobre a criação de um marco internacional sustentável, conforme recomendado pelo Grupo Consultivo de Especialistas em Pesquisa e Desenvolvimento: Financiamento e Coordenação (CEWG, na sigla em inglês), a seleção dos projetos baseou-se em sua capacidade de demonstrar a eficácia de mecanismos de financiamento e coordenação alternativos, inovadores e sustentáveis para suprir as atuais carências em P&D.

A Iniciativa Global de Acesso e P&D em Leishmaniose busca evidenciar a viabilidade de novos mecanismos para incentivo e otimização da P&D para leishmaniose visceral, leishmaniose dérmica pós-calazar e leishmaniose cutânea, a exemplo do NTD Drug Discovery Booster, um projeto para aceleração da descoberta de novos medicamentos para doenças negligenciadas, além de novos mecanismos para o financiamento de P&D em saúde, como o fundo comum da TDR/OMS, que atua para captar recursos de novas fontes, como países de renda média. O projeto de demonstração baseia-se no princípio de desvinculação, em que se desassocia o custo das atividades de P&D do preço dos produtos resultantes, bem como no fortalecimento da coordenação inter-regional com parceiros multidisciplinares, reforçando o papel fundamental dos países endêmicos.

“A DNDi participa intensivamente dos trabalhos do CEWG há mais de uma década”, afirma Dr. Bernard Pécoul, Diretor Executivo da DNDi. “Ainda que a Iniciativa Global de Acesso e P&D em Leishmaniose seja fundamental ao demonstrar uma rota alternativa para algumas doenças negligenciadas, é preciso ir além e criar um novo marco mundial de P&D para sanar as diversas falhas do mercado, inerentes ao que hoje se tornou um sistema falido.”

A DNDi saúda o apoio político e a participação financeira no novo fundo comum por parte do Brasil, África do Sul e Índia, em paridade à participação da Suíça e da Noruega. No entanto, a DNDi salienta a importância da reunião aberta da OMS a ser realizada em março de 2016, em que seus Estados-Membros avaliarão o progresso alcançado e decidirão os rumos das atividades de pesquisa e do acesso a tratamentos. A atual crise de P&D, que evidencia a falência do sistema de inovação, e as negociações ao longo de mais de 10 anos na OMS formarão a pauta da reunião, onde os Estados-Membros da OMS terão a oportunidade de criar mecanismos inovadores para o financiamento e coordenação de atividades de P&D em saúde pública dirigidas a carências médicas.

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Sobre a iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi)

A DNDi é uma organização sem fins lucrativos para pesquisa e desenvolvimento (P&D) de novos tratamentos para as doenças negligenciadas, em especial as leishmanioses, tripanossomíase humana africana (doença do sono), doença de Chagas, filarioses específicas, HIV pediátrico, micetoma e a hepatite C. Desde sua criação em 2003, a DNDi já produziu seis novos tratamentos: dois antimaláricos em dose fixa (ASAQ e ASMQ), terapia combinada nifurtimox-eflornitina (NECT) para doença do sono em estágio final, terapia com combinação de estibogluconato de sódio e paromomicina (SSG & PM) para leishmaniose visceral na África, um conjunto de terapias combinadas para a leishmaniose visceral na Ásia e uma formulação pediátrica do benznidazol para a doença de Chagas. A DNDi criou plataformas regionais para doenças específicas, reunindo parceiros em países endêmicos para fortalecer a estrutura existente de pequisa, ou criar novas estruturas quando necessário.
www.dndial.org

Contato para imprensa:
Betina Moura
bmoura@dndi.org
Tel.: +55 21 2529 0427

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