Doença de Chagas
Doença de Chagas

Programa de Acesso para Chagas

Início do projeto

2015

Atualizado em

16 de fevereiro de 2023

Objetivo

Demonstrar a viabilidade de expandir o acesso ao diagnóstico e tratamento por meio de projetos piloto replicáveis em larga escala.

Fase atual de desenvolvimento de medicamentos

Discovery
Pesquisa Translacional
Ensaios Clínicos
Registro e Acesso

A DNDi lançou, em 2015, acesso ao diagnóstico e tratamento da doença de Chagas, em colaboração com parceiros locais, regionais e nacionais e por meio de projetos-piloto em vários países endêmicos.

Em agosto de 2017, os esforços receberam um impulso considerável quando a companhia farmacêutica Insud, com apoio da DNDi, obteve prioridade de avaliação por ter registrado o benznidazol para o tratamento da doença de Chagas junto à FDA dos EUA.

A estratégia foi implementada primeiro na Colômbia, em colaboração com o Ministério da Saúde e Proteção Social colombiano, tendo por alvo uma área onde a doença de Chagas é fortemente endêmica. Esta abordagem, voltada para o paciente, envolve a capacitação do pessoal de saúde, a simplificação e aceleração do procedimento de diagnóstico e a descentralização do tratamento, assegurando a sua disponibilização perto de onde os pacientes vivem. Nas duas comunidades onde o piloto foi implementado pela inicialmente, 384 pessoas foram testas para a doença de Chagas no primeiro ano, um número dez vezes mais alto do que no ano anterior. O tempo de espera para a confirmação do diagnóstico foi reduzido de uma média de 364 dias para apenas 17, tendo sido observado um aumento de quatro vezes no número de pacientes que iniciam o tratamento etiológico. Em 2018, o projeto colombiano foi expandido para outras comunidades.

A experiência positiva e os resultados promissores do projeto colombiano levaram ao desenvolvimento de um projeto colaborativo nos EUA centrado na promoção da pesquisa em saúde pública sobre a doença de Chagas, incluindo o primeiro estudo de larga escala sobre a prevalência em uma grande cidade americana, realizado em 2017.

Foram lançados outros projetos seguindo mesmo modelo na Guatemala, com parceiros locais e internacionais, e no Brasil, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz. Foram realizados seminários em Jutiapa, na Guatemala, no Rio de Janeiro e em Recife para identificar as principais barreiras e desenvolver ações que possam fortalecer o controle da doença e o acesso ao tratamento.

Atualizações sobre o projeto

Trabalhando com seus parceiros, a DNDi continuou a ampliar a abordagem de teste combinado com tratamento na Colômbia, Guatemala e Argentina. Marcos significativos na Guatemala incluíram a consolidação do quadro de referência em Jutiapa, a implementação do modelo em Jalapa, o fortalecimento de capacidades no nível local e a implementação de um estudo para avaliar o desempenho de três testes rápidos para sua utilização em contextos comunitários.

Na Colômbia, a DNDi e seus parceiros contribuíram para descentralizar o diagnóstico e tratamento em três áreas endêmicas (Cubará, Medina e Tolima). Um estudo para avaliar o desempenho de 11 testes rápidos em condições laboratoriais foi concluído, e teve início um estudo prospectivo para avaliar quatro testes rápidos em condições de campo em cinco locais.

Na Argentina, a DNDi e seus parceiros contribuíram para descentralizar o diagnóstico e tratamento na área altamente endêmica de Monte Quemado, incluindo a compra, doação e instalação de equipamentos e atividades de fortalecimento de capacidades. Essas atividades ocorrem em paralelo com os componentes de P&D e acesso do ensaio clínico NuestroBen redesenhado, contribuindo para o recrutamento de pacientes através de testes rápidos em nível local.

Juntamente com o Ministério da Saúde da Colômbia, a DNDi está ampliando o Plano 4D de Acesso a Chagas na Colômbia e, na Guatemala, a DNDi implementou um projeto descentralizado de testagem e tratamento nos departamentos de Jutiapa e Jalapa. Uma estratégia que utiliza testes de diagnóstico rápido (RDTs) para aumentar o acesso aos testes está sendo implementada na Colômbia e na Guatemala, com a validação dos RDTs em andamento. Nos EUA, os programas de triagem de Chagas foram promovidos por meio de feiras de saúde na Flórida para melhorar o acesso aos testes. O aplicativo iChagas, que traz informações atualizadas e conhecimentos essenciais para profissionais de saúde em diversos ambientes, também foi lançado em 2021.

Na Colômbia, o projeto forneceu apoio técnico e científico para a criação de dois novos centros de diagnóstico e tratamento da doença de Chagas nos estados de Arauca e Boyacá. Em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde da Colômbia e a FIND, a equipe do projeto elaborou um protocolo para a validação de testes rápidos no país. Além disso, atividades de educação comunitária para aumentar a conscientização sobre a doença de Chagas e a COVID-19 foram realizadas em colaboração com as comunidades colombianas locais e a equipe de saúde.

No Brasil, juntamente com parceiros como a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás, a DNDi apoiou a implementação de uma política nacional de notificação da doença de Chagas crônica.

Nos EUA, a DNDi apoiou um grupo de especialistas que trabalha no desenvolvimento de recomendações de triagem e forneceu kits de teste e suporte técnico para um novo programa de doença de Chagas na Universidade da Flórida.

O projeto de Acesso ao Tratamento de Chagas continuou a consolidar e expandir suas atividades na América Latina em 2019, trabalhando com parceiros na Colômbia, Guatemala, Brasil e México. Na Colômbia, dois anos após o início do primeiro piloto, o número de pessoas testadas nos municípios de Támara e Nunchía, no estado de Casanare, subiu de 25 por ano em 2017 para 400 por ano em 2019. Para quem teve acesso a testes de diagnóstico, o tempo de espera pelo resultado foi reduzido de um ano para menos de um mês, em média. Aproximadamente 20% das pessoas com acesso ao diagnóstico em um período de dois anos tiveram testes positivos para a doença.

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